domingo, 18 de maio de 2014

O Milagre do Santo Graal no Cebreiro (La Faba)




 
O MILAGRE DO SANTO GRAAL NO CEBREIRO

Não podemos deixar de aqui nos referirmos ao “Cebreiro”, é um dos lugares emblemático do Caminho de Santiago, está situado a mais de 1293m de altitude e tem sido um dos pontos que vem prestando assistência aos peregrinos desde de tempos remotos. Documentos históricos informam que Alfonso VI, em 1072, confiou a direção do Monastério existente naquela época, aos monges franceses da Abadia de San Giraldo d`Aurillac, que posteriormente passou às mãos dos Beneditinos que a administraram até a Desamortização.No Cebreiro, além das “pallozas”, se destaca um simples e primitivo templo de “Santa María la Real”, resto do Monastério, de característica preromânica. Na data de oito de setembro comemora-se o famoso “Milagro del Cebreiro”. Naquele local quando chega o inverno, a neve faz desaparecer o Caminho e um manto branco confunde o pueblo com as colinas brancas que o rodeia.
Conta à lenda, que em um dia de muita neve e tormenta, um camponês do pequeno pueblo de Barxamayor, subiu com grande sacrifício e perigo devido ao forte temporal que caia, até o alto do Cebreiro para orar a Santa Missa. Um monge leva a cabo a celebração da missa, no entanto fazendo-a com pouca fé, ademais depreciando o sacrifício do camponês única pessoa presente. No instante da Consagração, murmura:
“! A qué vendrá éste, con semejante tempestad, si sólo se trata de ver un pedazo de pan y un poco de vino!”, nesse estante a hóstia e o vinho se converteram em Carne e Sangue visíveis a ambos, que permaneceu durante muito tempo sobre o altar. Os peregrinos divulgaram este milagre por toda a Europa. Os anônimos protagonistas desse milagre, o camponês devoto de Barxamayor e o incrédulo celebrante estão enterrados na mesma Capela dos Milagres.

Atualmente ainda se conserva naquele local o cálice do milagre uma jóia românica do século XII, junto com o relicário que, em 1486, os Reis Católicos doaram quando lá chegaram para contemplar o milagre.
A tradição relaciona também o cálice com o Santo Graal das lendas medievais, se trata do último copo da Última Ceia, recolhido por José de Arimatéia e insistentemente procurado pelos cavaleiros da Távola Redonda encabeçados pelo rei Arthur. Neste cálice, José de Arimatea recolheu o sangue de Cristo na Cruz. A lenda informa que o famoso cálice “se encontra em uma inacessível montanha a oeste da Espanha gótica”. Desde o século XV, o símbolo do Santo Graal aparece no escudo da Galicia. O Graal representa o símbolo da pureza moral e da fé triunfante dos heróis cavaleiros e a caridade a serviço dos mais altos ideais do cristianismo.

(Fonte: Portal Peregrino)

A oração de O Cebreiro

Apesar de ter percorrido todos os caminhos
Cruzado montanhas e vales
Desde o oriente até o ocidente
Se eu não encontrei a liberdade de ser eu mesmo
Não cheguei a lugar algum

Apesar de ter compartilhado todos os meus bens
Com gente de outras línguas e culturas
Feito amizade com peregrinos de mil trilhas
E compartilhado albergue com santos e príncipes
Se não sou capaz de perdoar amanhã ao meu vizinho
Não cheguei a lugar algum

Apesar de ter carregado minha mochila do princípio ao fim
E esperado por cada peregrino necessitado de ânimo
Ou cedido a minha cama para quem chegou depois
E dado minha água a troco de nada
Se de volta a minha casa e meu trabalho não sou capaz
De criar fraternidade, e por alegria, paz e unidade
Não cheguei a lugar algum

Apesar de ter tido comida e água todos os dias
E desfrutado de teto e banho todas as noites
E tenha sido bem cuidado de minhas feridas
Se não descobri o amor de Deus em tudo
Não cheguei a lugar algum

Apesar de ter visto todos os monumentos
E contemplado os por-do-sol mais lindos
Apesar de ter aprendido uma saudação em cada idioma
E provado da água limpa de todas as fontes
Se não descobri o autor
De tanta beleza gratuita e de tanta paz
Não cheguei a lugar algum

Se a partir de hoje não sigo caminhando em teus caminhos
Buscando e vivendo de acordo com o aprendido
 

Se a partir de hoje não vejo em cada pessoa
Amigo e inimigo, um companheiro de caminho
Se a partir de hoje não reconheço a Deus
O Deus de Jesus de Nazaré
Como único Deus da minha vida
Não terei chegado a lugar algum

(fonte: Peregrino Viajor. Tradução de Marcia Santos)

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