Sim eu sumi, Eu sei gatinha. Mas olha, foi por um bom motivo. Estava pairando pelas belas praias do litoral oeste de Fortaleza. Chegamos nesta terça a tarde, e com tanta mala pra desarrumar, não pude vir aqui contar absolutamente nada. Relapsa eu. Mas com os pés sujos de areia branquinha, e o rosto queimado de sol, não podia ser diferente. Manga.
Passamos quatro dias tomando banho de mar, de rio, comendo peixada com pirão (ai meu bucho), com liberdade para vadiar o dia inteiro.
Só não foi melhor porque tinha um grupo mama na égua de austríacos que escolheram a nossa pousada para uma gincana de quem fuma mais. Odeio cigarro.
Vou falar um pouco de como foi essa aventura desvairada. São duas horas de viagem de carro até Trairi e mais alguns minutinhos paa chegar no vilarejo de pescadores chamado Mundaú. Porque esse nome? Segundo o guia banguela que nos levou de barco pelo rio no domingo, significa grande rio na lingua não sei de quem. Também não interessa, o lugar é espetacular mesmo.
Essas manchas cor de vinho não é sujeira não negrada, pelamadrugada, ao contrário, nunca vi praia tão limpa. São algas marinhas trazidas pelas ondas, elas ficam assim acumuladas na borda e dentro do mar bem no inicio das ondas. É um saco de tomar banho com esse troço roçando nas pernas, mas é só andar até o fundo, sem nojo (se tu for magrinha que nem eu, hohoho, pede pro marido te levar no muque), e lá não tem mais nenhuma. Aí tu bóia de bucho pra cima no balanço do mar até esquecer do mundo.
Mas bom mesmo é ver uma jangada chegando do mar, e aquela gente humilde vindo receber o pescador cansado, ajudando a empurrar o barco encima de toras de carnaubal. A meninada se esbofetando pra ver quem fica com os restos de peixe que se engancham nas redes (tem pitú, siri azul, peixe carcomido). E a gente chega perto e eles oferecem lagosta e R$2,00 a unidade, ali na tua frente. Dá até pena de pagar tão pouco. Peixe? Nossa. (Momento cabocal: trouxe 2kg de pargo fresquinho... huuummm pense domingo vou fazer uma peixada...)
Thais no meio da meninada pegando em camarão, piaba, manjuba, o que tivesse. Até um siri que nós colocamos dentro do balde de praia pra ela judiar um pouquinho andou dando uma patada no dedo da bichinha. Ô mãe sem coração. Pobi da criança.
Agora tu faz de conta que eu não tava com cara inchada e com a marca do lençol na minha bochecha. Faz de conta que não eram seis da manhã, e que tinha remela no meu olho. O que uma doida não faz pra aproveitar cada minuto de um passeio né. Pobre sofre.
Pior foi o marido valentão que jurava não ter alergia a crustáceo depois de ter se intoxicado no inicio desse ano. Hohoho. Teimoso não. Só porque viu uma jangada chegar do mar com o caçuá cheio de lagosta, inventou de apreciar essa iguaria pra lá de cara no mesmo dia. Resultado, o pobi encheu a pança de lagosta 12hs, e vomitou tudo 12:30h. Eu mereço. Corre ali menino, me traz um vidro de leite de magnésia rápido. Lambuza o pobi CH. Espera que vai passar. E as patacas crescendo. Pronto, tá todo lambrecado. Bora tomar banho de lagoa de novo! E sai pai, mãe e filha rumo a beira do rio Mundaú. Antes do sol se pôr CH já tava zero bala. Ô mulher sem coração eu.