quinta-feira, 22 de maio de 2014

Dia 30 - Portomarin para Melide (40km!)




Depois dos Pireneus esse foi o dia mais difícil,  mas até do que a subida ao Cebreiro,  não pela dificuldade do percurso e sim pela quilometragem percorrida,  40 km. Fiz isso primeiramente porque queria chegar em Santiago no sábado logo bem cedo com bastante tempo antes da missa de meio dia . Então pra isso ser possível teria que fazer 3 etapas em 2 dias e a maior seria ligo hoje.

Acordei muito cedo e 06:15 saí de Portomarin com uma chuva fina e escuro ainda. Foi um pouco difícil achar as setas no escuro mas já estou craque nisso, não foi problema pra mim . Foram algumas horas de caminhada solitária o que eu achei ótimo,  não gosto quando tem muita gente. A maior parte do percurso é dentro de florestas e bosques e realmente impressionam pela beleza. Passei por pequenos pueblos como Gonzar, Castromayor, Hospital de la Cruz, Ventas de Naron, Ligonde, Airexe e finalmente cheguei em Palas de Rei por volta de meio dia. Parei para almoçar e descansar um pouco.Esse seria o destino dessa etapa mais aibda andaria a metade da etapa seguinte.  De Palas de Rei a Melide também é uma região de bosques e vale a pena caminhar devagar apreciando a paisagem.  Eu andei devagar até porque estava meio esgotado fisicamente,  minh perna começava a doer novamente e o trecho antes do almoço caminhei bastante rápido,  não no ritmo que estava acostumado.  Passei por outros pequeno pueblis como Casanova, Leboreiro, Furelos e finalmente cheguei bastante cansado em Melide umas 16:30 , 10 horas depois do início.Fui a um albergue privado, me instalei e descansei até às 19 horas quando fui junto com 3 espanhóis experimentar a comida tipica de Melide,  pulpo. Existem inúmeras pulperias na cidade, escolhemos una e saboreamos, é muito gostoso. Antes do jantar dei uma passada na igreja mas nao havia ninguém que pudesse selar minha credencial.  Estou com dificuldade pra conseguir selar minga credencial bas igrejas,  ou estão fechadas ou nao tdm ninguém,  nos bares é mais fácil conseguir.  Dormi umas 22:15, sono relativamente tranquilo,  pouvo barulho. Estou a 51km de Santiago,  a expectativa da chegada é enorme.









quarta-feira, 21 de maio de 2014

Dia 29 - Sarria para Portomarin



Esse foi um dia bastante fácil e agradável,  apenas 22km e uma boa parte dentro de bosques muito bonitos,  sempre ouvindo barulho de passarinhos e de água corrente. Os pueblos intermediários da Galicia não oferecem nenhuma infraestrutura mas os campos são belíssimos. Passei em algumas áreas abertas mas nas partes fechadas de bosque dava vontade de parar e não sair mais de lá. Selei minha credencial em 2 lugarejos no caminho pois acredito que de Sarria para frente temos que ter 2 carimbos por dia, hoje tive três.  

Em Sarria há uma mudança drástica mo caminho.  Como muita gente começa a fazer o caminho a partir de Sarria (ultimos 100km) a maior parte das pessoas que vemos no caminho são estranhas,  o que não acontecia no início. Outra coisa interessante,  muitas pessoas me perguntando onde comecei o caminho, eu todo orgulhoso respondendo Saint jean pied port. Enquanto muitos estão no primeiro dia,  eu encerrei hoje o vigésimo nono. Orgulho.

Em Portomarin atravessei o rio Mino por uma bonita ponte. Essa cidade já foi inundada a um tempo atras e a cidade nova está em um ponto mais alto. Hoje choveu apenas no final da caminhada que iniciou as 7 horas e terminou 13:30. No entanto choveu mais no final da tarde e inicio da noite, mas uma chuva fina.

Almocei e jantei no mesmo restaurante, muito bom e com uma vista belíssima para o rio Mino. Dormi com bastante tranquilidade, graças a Deus.


terça-feira, 20 de maio de 2014

Dia 28 - Triacastela para Sarria




Desde o momento em que eu entrei na Galicia um pouco antes do Cebreiro que já tenho a sensação de que estou chegando em Santiago.  Como muitos peregrinos começam o caminho nedda região as cidades mauires estão cheias de albergue, sao muitas opções para escolher embora sejam mais caros um pouco. Existem 2 opções para se fazer edse trecho. O caminho original vai por San Xil, é todo dentro de um bosque maravilhoso e ainda é 2 km mais curto. O outro é mais proximo a carreterra e não é tão bonito msis passa no grandioso mosteiro de Samos. Optei pelo caminho original e desfrutei de paisagens belíssimas. O trecho teve subidas e descidas mas com grau baixo de dificuldade. Passei por alguns pueblos minúsculos sem nenhuma infraestrutura e por volta de 12:30 já estava em Sarria,  ums cidade relativamente grande e bastante agradável.  Depois de muitos dias de sol e ceu azul hoje foi um dia de frio intenso e céu nublado com um pouco de névoa.  Senti falta da luva de novo. A previsão agora é de chuva até Santiago. Quando cheguei fui ligo almoçar com meu colega espanhol que também queria it logo.  Ao voltar pro albergue fui resolver algumas coisas e quando vi estava chovendo r uma calca minha estendida  pegando chuva.  Por volta das 19:30 a chuva deu uma trégua e fomos jantar em um restaurante.  Deu ainda pra ir no mirante para bater umas fotos mas perdi a missa e acabei nso conhecendo nenhuma igreja. Dormi às 22 horas,  sono perfeito,  albergue pequeno e nada de barulho




segunda-feira, 19 de maio de 2014

Dia 27 - Cebreiro para Triacastela





Esse dia foi mais fácil do que eu pensei, apesar do enorme desnível entre as 2 cidades (saí de 1330 metros para 665), o percurso é muito agradável em meio a paisagens belíssimas e nem percebi a dificuldade. Passei por Linares,  Hospital de la Condessa e depois uma subida até o alto do Polo . Após esse monte começou a descida realmente mas de forma bem suave. A vista e maravilhosa, é uma região bastante rural, com muitas vacas e outros animais. Passei por outros lugarejos muito pequenos como Fonfria, Biduelo, Filloval e As Pasantes antes de chegar em Triacastela. Apos Biduelo a descida se tornou mais ingreme e senti um pouco a perna, mas já estou bem melhor,  acho que a água gelada do rio em Villafranca del Bierzo ajudou bastante. Agora tenho 2 pequenas bolhas no lado do pé,  já fazem uns  5 dias mas são pequenas e  não incomodam.

Triacastela é uma pequena cidade galega bem agradável,  assim que cheguei (13:30) fui almoçar no restaurante,  provei de primeiro prato o típico: caldo galego, muito gostoso. Voltei pro albergue, lavei roupas e fui dormir, acordei quase 18 horas.  Falei com a familia, comprei o café do dia seguinte e depois todos tivemos um grande jantar comunitário. Um suíço fez um spaguetti e comi bastante. A comida e o vinho saiu por 3 euros, uma pechincha. Dormi por volta de 22 horas, quarto pequeno, ninguém roncando, ótimo sono











domingo, 18 de maio de 2014

Dia 26 - Villafranca del Bierzo para Cebreiro



Esse foi o segundo dia mais difícil perdendo apenas para os Pireneus. Uns 20 km próximo a carreterra que machucaram muito minha perna que ainda está um pouco inchada e mais 8km de intensa subida. 

Cebreiro fica a 1330 metros de altitude enquanto Villafranca del Bierzo fica s 505  metros,  ou seja,  uma subida de quase 900 metros em 8 km.  Acordei cedo assim como a maior parte das pessoas no albergue pois todos sabiam que ia ser pesado,  apesar de que alguns quebram essa etapa em 2 dias. O percurso foi a maior parte próximo a carreterra mas do outro lado tinha o rio Valcarce que me acompanhou por muitos quilômetros.  Como quase nao passava carros na carreterra andei praticamente com o barulho dos pássaros e do rio por uma região montanhosa e muito bonita,  mas a subida ainda não havia iniciado. 

Passei por Pereje, Trabadelo, la Portela de Valcarce,  Ambamestas e Vega de Valcarce. Em Vega de Valcarce havua um albergue com o rio passando atrás,  quase que eu ficava ali, ia passar a tarde com a perna na água gelada, mais ainda era cedo, sai as 06:30 de Villafranca del Bierzo ainda escuro. Também quero chegar em Santiago dia 24 , portanto tinha que subir o Cebreiro. 

Passei por Ruitelan e parei em Las Herrerias para almoçar pois estava com fome . Encontrei os espanhóis e a brasileira junto com o senhor da Venezuela. Aos poucos foi chegando outros conhecidos,  ficamos todos em uma mesa bem grande. Aos poucos iam saindo um por um . Após o almoço encarei de forma bastante tranquila a subida pois nela estava usando outros músculos da perna e não senti dor. Minha perna está doendo mais em terreno duro e plano. Ainda na subida passei por La Faba e La Laguna. Em La Faba tem uma opção de você continuar a subida de cavalo, muitos peregrinos optam por ela, (mas acho que peregrino de verdade tem que ir andando mesmo). 

Entre La Laguna e la Gaba entrei na fronteira entre Castilla e Leon e a Galicia. Agora Santiago está muito perto,  já estou em terras galegas. Cheguei no Cebreiro por volta de 15 horas e por volta das 17 horas fomos ao bar do hotel da cidade, o unico local que ia transmitir o jogo final da liga espanhola entre o Barcelona e o Atletico de Madrid.  Foi muito animado, muitos peregrinos assistindo,  uns madrilenos do outros torcendo pelo time catalão.  No final o empate deu o título ao time madrileno para felicidade do nosso amigo Mauri que estava nais alegre que pinto no lixo. Ainda deu tempo de ver o por do sol, que é lindo aqui no Cebreiro às 22 horas.  A noite de sono foi boa e tranquila (finalmente). Amanhã rumo a Triacastela.

O Milagre do Santo Graal no Cebreiro (La Faba)




 
O MILAGRE DO SANTO GRAAL NO CEBREIRO

Não podemos deixar de aqui nos referirmos ao “Cebreiro”, é um dos lugares emblemático do Caminho de Santiago, está situado a mais de 1293m de altitude e tem sido um dos pontos que vem prestando assistência aos peregrinos desde de tempos remotos. Documentos históricos informam que Alfonso VI, em 1072, confiou a direção do Monastério existente naquela época, aos monges franceses da Abadia de San Giraldo d`Aurillac, que posteriormente passou às mãos dos Beneditinos que a administraram até a Desamortização.No Cebreiro, além das “pallozas”, se destaca um simples e primitivo templo de “Santa María la Real”, resto do Monastério, de característica preromânica. Na data de oito de setembro comemora-se o famoso “Milagro del Cebreiro”. Naquele local quando chega o inverno, a neve faz desaparecer o Caminho e um manto branco confunde o pueblo com as colinas brancas que o rodeia.
Conta à lenda, que em um dia de muita neve e tormenta, um camponês do pequeno pueblo de Barxamayor, subiu com grande sacrifício e perigo devido ao forte temporal que caia, até o alto do Cebreiro para orar a Santa Missa. Um monge leva a cabo a celebração da missa, no entanto fazendo-a com pouca fé, ademais depreciando o sacrifício do camponês única pessoa presente. No instante da Consagração, murmura:
“! A qué vendrá éste, con semejante tempestad, si sólo se trata de ver un pedazo de pan y un poco de vino!”, nesse estante a hóstia e o vinho se converteram em Carne e Sangue visíveis a ambos, que permaneceu durante muito tempo sobre o altar. Os peregrinos divulgaram este milagre por toda a Europa. Os anônimos protagonistas desse milagre, o camponês devoto de Barxamayor e o incrédulo celebrante estão enterrados na mesma Capela dos Milagres.

Atualmente ainda se conserva naquele local o cálice do milagre uma jóia românica do século XII, junto com o relicário que, em 1486, os Reis Católicos doaram quando lá chegaram para contemplar o milagre.
A tradição relaciona também o cálice com o Santo Graal das lendas medievais, se trata do último copo da Última Ceia, recolhido por José de Arimatéia e insistentemente procurado pelos cavaleiros da Távola Redonda encabeçados pelo rei Arthur. Neste cálice, José de Arimatea recolheu o sangue de Cristo na Cruz. A lenda informa que o famoso cálice “se encontra em uma inacessível montanha a oeste da Espanha gótica”. Desde o século XV, o símbolo do Santo Graal aparece no escudo da Galicia. O Graal representa o símbolo da pureza moral e da fé triunfante dos heróis cavaleiros e a caridade a serviço dos mais altos ideais do cristianismo.

(Fonte: Portal Peregrino)

A oração de O Cebreiro

Apesar de ter percorrido todos os caminhos
Cruzado montanhas e vales
Desde o oriente até o ocidente
Se eu não encontrei a liberdade de ser eu mesmo
Não cheguei a lugar algum

Apesar de ter compartilhado todos os meus bens
Com gente de outras línguas e culturas
Feito amizade com peregrinos de mil trilhas
E compartilhado albergue com santos e príncipes
Se não sou capaz de perdoar amanhã ao meu vizinho
Não cheguei a lugar algum

Apesar de ter carregado minha mochila do princípio ao fim
E esperado por cada peregrino necessitado de ânimo
Ou cedido a minha cama para quem chegou depois
E dado minha água a troco de nada
Se de volta a minha casa e meu trabalho não sou capaz
De criar fraternidade, e por alegria, paz e unidade
Não cheguei a lugar algum

Apesar de ter tido comida e água todos os dias
E desfrutado de teto e banho todas as noites
E tenha sido bem cuidado de minhas feridas
Se não descobri o amor de Deus em tudo
Não cheguei a lugar algum

Apesar de ter visto todos os monumentos
E contemplado os por-do-sol mais lindos
Apesar de ter aprendido uma saudação em cada idioma
E provado da água limpa de todas as fontes
Se não descobri o autor
De tanta beleza gratuita e de tanta paz
Não cheguei a lugar algum

Se a partir de hoje não sigo caminhando em teus caminhos
Buscando e vivendo de acordo com o aprendido
 

Se a partir de hoje não vejo em cada pessoa
Amigo e inimigo, um companheiro de caminho
Se a partir de hoje não reconheço a Deus
O Deus de Jesus de Nazaré
Como único Deus da minha vida
Não terei chegado a lugar algum

(fonte: Peregrino Viajor. Tradução de Marcia Santos)

sábado, 17 de maio de 2014

Dia 25 - Ponferrada para Villafranca del Bierzo



Este seria um dia mediano mas devido ao forte calor se tornou mais difícil. Como não tinha carregado minha digital e só tinha que um lugar no albergue pra fazer isso acabei dando uma carga pela manhã e isso atrasou minha saída,  sai do albergue às 07:30. 

Ponferrada é uma cidafe muito bonita, também tem os telhados de ardósia e um castelo bastante imponente. A saída da cidade é demorada pois, embora só tenga 70 mil habitantes é enorme.  Incrível como as cidades no Brasil são inchadas de gente. Uma cidade no Brasil do tamanho de Ponferrada teria no minimo uns 200 mil habitantes. Mas a saida, embora demorada é agradável,  passamos por parques e margeamos o rio um bom tempo. Mais da metade do trecho de hoje foi urbano. Passamos por outras cidades bem próximas uma das outras.

 Em Cacabelos,  outra grande cidade e muito bonita por sinal parei pra almoçar. Dessa vez comi algo diferente,  um bocadillo de ternera,  muito gostoso com um pouco de cerveza.  De Cacabelos até Villafranca del Bierzo o percurso deixou de ser urbano e passei por lugares com espetacular vistas mas o calor estava insuportável,  parecia que estava em Fortaleza. 

Passei em um local com inúmeras plantações de Cereja,  parei pra descansar e comi até encher a barriga,  uma delícia,  e de graça para todos os peregrinos. Cheguei apenas as 15 horas no albergue municipal de Villafranca del Bierzo e fui o último,  ja estava quase lotado.  Meus amigos espanhóis e a brasileira chegaram 2 horas antes de mim mas foram pra outro albergue,  já na saída da cidade. 

Jantamos todos em um restaurante ns Plaza Mayor de Villafranca del Bierzo. Depois disso fui no rio pra colocar minha perna na água,  uma delicia a água quase congelando. Voltei pro albergue,  falei um pouco com minga família e fui dormir às 22 horas com tempo ainda claro e já com um koreano roncando bem próximo a mim. A noite muito barulho a madrugada toda, fiquei num beliche perto de um local de passagem e praticamente não dormi








sexta-feira, 16 de maio de 2014

Dia 24 - Foncebadon para Ponferrada (A cruz de ferro)



Assim como no primeiro dia na travessia dos Pireneus hoje foi um dos dias mais difíceis e só mesmo tempo de paisagens mais incríveis e bonitas. Acordei cedo e tomei café no próprio albergue. Às sete horas já com o sol aparecendo sai rumo a cruz de ferro, um dos lugares mais marcantes do caminho. É um momento muito especial onde cada peregrino leva uma pedra de seu país para depositar lá deixando sus marca e seus pedidos. 

É uma cruz pequena, sem nenhuma imponência mas tem um grande significado para todos os peregrinos. O sol já havia aparecido mas estava um frio de congelar os ossos. Esse foi o segundo dia que senti falta de luvas porém valeu a pena não ter trazido pois economizei no peso da mochila. Após a cruz de ferro mais um pouco de subida ao Collado das Antenas, o ponto mais alto de todo o caminho, mais de 1500 metros de altitude e logo depois uma descida pra acabar com joelho de qualquer pessoa. A vista era incrível,  com paisagens de tirar o fôlego.  Bati muitas fotos. 

Depois de muito tempo descendo avistamos o pueblo  El Acebo, muito bonito com o telhado de todas as casas feitos de ardósia. Ainda era cedo mais encontrei os espanhóis e a brasileira de Recife e fui comprar um bocadillo e conversar com eles, o sol já estava esquentando.  Estou na província El Bierzo dentro da região da Castilha e Leon. Nessa província as casas tem o teto de ardósia, quando vemos de cima é muito bonito.

Cheguei em El Acebo depoid de uma  enorme descida. No entanto, após El Acebo a descida continuou e mais pesada ainda. Apesar de estar tempo bom havia muita poeira e pedras soltas, qualquer deslize e vice pode se machucar.  Desse ponto em diante fomos caminhando juntos eu mais 3 brasileiras,  2 espanhóis e 1 inglês. Paramos em Molinaseca para descansar e tomar uma cana (cerveza) e depois seguimos pars Ponferrada.  Molinasecs é uma cidade muito bonita, na próxima vez que fizer o caminho quero dormir nela.

A entrada de Ponferrada foi cansativa,  minha perna doía novamente mas conseguimos chegar no albergue. Resolvi minhas coisas e fui visitar o castelo dos Templários de Ponferrada. Umas 8 da noite,  ainda com sol forte fui ceiar com 4 amigos: 3 espanhóis e um senhor venezuelano de Caracas. Cheguei umas 9 e pouco e fui me prepara para dormir.  Consegui dormir logo mas o sono de todos os peregrinos foi interrompido porque uma mulher acordou no meio da noite e vomitou dentro do ambiente onde todos dormia . Mas é isso mesmo,  peregrino tem que sofrer, como dizem aqui, no pain no glory.








FONCEBADÓN E A CRUZ DE FERRO

Não podemos falar na Cruz de Ferro, sem abordarmos o antigo povoado de Foncebadón situado na sua proximidade e atualmente reduzido a tristes ruínas. Foncebadón era uma importante localidade existente no Caminho de Santiago, o seu nome aparece em vários documentos do século X. Naquele local, o eremita Gaucelmo por volta do ano 1123, construiu um hospital e um albergue para os peregrinos que passavam pelo penoso vale de Foncebadón. Existem documentos datados do ano de 1103, pelo qual Alfonso VI, a pedido do próprio Gaucelmo, concede imunidade à albergaria de Foncebadón e a igreja de San Salvador de Irago. Da documentação medieval existente, se depreende que houve ali um hospital, uma Igreja a de Santa Magdalena dependente do hospital e a já referida de San Salvador. Posteriormente, fixou-se na região uma comunidade de eremitas que passou a depender da Junta de Astorga, a qual criou a dignidade de Abade de Foncebadón, Apesar das ruínas do lugar, facilmente descobre-se à condição de local de peregrinação, ao passar-se pela rua do antigo povoado.
Apesar de Alfonso VI engrandecer o povoado dando foros e privilégios, os mesmos não foram suficientes para evitar que seus habitantes imigrassem em buscas de terras menos hostis.
Na proximidade de Foncebadón, a 1504 metros de altitude, levanta-se a Cruz de Ferro, um dos monumentos mais simples, porém um dos mais antigos e emblemáticos do Caminho. Sobre um montão de pedras se levanta uma pequena Cruz de Ferro, presa no alto de um tronco de madeira de uns 5 metros de altura. A mesma fica localizado sobre o temido monte Irago, que serviu de passagem aos antigos e famosos peregrinos como: Aymeric, Kunig von Vach, Arnold von Harff e Laffi.
Os romanos utilizavam o monte como divisa territorial e o chamava de “monte de Mercúrio”, era um marco divisório entre el Bierzo e a Maragatería. Posteriormente o eremita Gaucelmo, protetor dos peregrinos nesses locais difíceis, colocou uma cruz sobre esse morro para orientar os peregrinos nas épocas das grandes nevadas, cristianizando o ancestral monumento cujo sentido se perde na antigüidade escapando a nossa compreensão, pois, os romanos já anteriormente aquela época, tinha como tradição ao passar jogar uma pedra sobre o mesmo.
Segundo a lenda, a atual cruz de ferro substitui a primitiva, instalada pelo próprio Gaucelmo sobre um altar romano dedicado a Mercúrio, Deus patrono dos Caminhos. É quase o local mais alto da rota, o ponto máximo 1.517 metros, encontra-se localizado um pouco depois em baixo de uma antena de comunicações.

Sobre aquele monte os peregrinos seguindo a tradição, jogam uma pedra para pedir proteção em sua viagem, somando a uma tradição milenar que se perde com o tempo. Existe ao seu lado uma pequena ermida dedicada a Santiago levantada por ocasião do Ano Santo Compostelano de 1982, no entanto a mesma está mal conservada, bem como necessitando de limpeza nos seus arredores.
O lugar é considerado místico e a Cruz de Ferro é um ponto mágico entre o céu e a terra.
No dia quatro de agosto do ano de 1998, a mesma foi derrubada segundo alguns pela segunda vez por ato de vandalismo, no entanto foi imediatamente recolocada pelos peregrinos que passavam pelo local comandados por Tomás, hospedeiro do albergue de Manjarín pertencente à Associação Circulo Templário de Ponferrada.
Sobre tal fato, temos o testemunho do peregrino Mário Luiz Campos Dias, brasileiro, radicado no Rio de Janeiro, que na oportunidade efetuava a sua peregrinação a Santiago de Compostela.
Na manhã do referido dia, Mário nosso peregrino acorda e após tomar o seu café no albergue de Rabanal del Camino, coloca sua mochila sobre os ombros e parte bem cedo em direção a Foncebadón, atravessa aquele pueblo abandonado um pouco apreensivo com a possível existência dos cachorros na região, seu coração acelera os batimentos cardíacos, não só motivado pela subida como pela tensão na espreita sobre os cães, consegue atravessar Foncebadón sem problemas, respira profundamente por mais uma etapa vencida. Olha em frente procurando com a vista sinais da Cruz de Ferro, não consegue localizá-la, acredita que ainda encontra-se longe, como é subida não consegue acelerar os passos, ao descortinar o monte de pedras sem a cruz, revolta-se, blasfema, larga a mochila no chão e corre para o topo a procura da mesma, grita, outros peregrinos que se aproximavam do local atende ao seu chamado. Nesse momento também se aproxima um outro grupo de peregrinos tendo a frente o hospedeiro Tomás que já tinha sido avisado, o mesmo acalma aquele brasileiro tenso e revoltado e partem em conjunto para efetuarem a recuperação da mesma, assim aquele brasileiro Mário, teve a ventura de dar a sua humilde e pequena contribuição na sua restauração. Em fotos por ele cedido, mostra a Cruz de Ferro entre as suas mãos antes de ser colocada novamente no seu suporte de madeira.
Fonte: Portal Peregrino

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Dia 23 - El Ganso para Foncebadon

Resolvi que não iria mais acompanhar o grupo, a dor estava muito forte na perna e para não ficar parado resolvi caminhar apenas 13 km e ficar em Foncebadon,  uma cidade a 1440 metros de altitude e praticamente abandonada,  tem um pequeno supermercado,  um restaurante e 3 albergues e algumas casas em ruínas. Mas o local é simplesmente fantástico,  com uma vista incrível das montanhas cheias de neve e o albergue Monte Irago é muito bom. 

O caminho em si foi todo de subida,  mas com uma vista tão bonita que nem me lembrei da dor . Passei em Rabanal del Caminho e, embora fosse cedo resolvi comprar logo um bocadillo.  Quando cheguei em Foncebadon pensei que ainda poderia andar mais mas resolvi não forçar a perna e fiquei ali mesmo embora ainda não fosse nem meio dia. No entanto não existe wi fi em nenhum lugar de Foncebadon,  fiquei totalmente sem comunicação.  Apesar de ter me perdido do grupo foi excelente ter ficado aqui, conheci outro grupo de 1 brasileira e 2 espanhois. No albergue tinha outra brasileira também,  uma senhora de São Paulo. Conversamos um bom tempo no sol pois na sombra seria impossível. Estava no sol com casaco e me tremendo de frio,  acho que estava zero graus com sol. 

A noite todos comemos no restaurante do albergue e pude conversar com pessoas da Dinamarca,  Inglaterra,  Canadá e outros que nao lembro.  Depois da janta conheci mais 2 brasileiras,  mãe e filha, também de São Paulo,  hoje foram 4 brasileiros. Dei sorte novamente e a noite de sono foi excelente.







quarta-feira, 14 de maio de 2014

Dia 22 - Hospital de Orbigos a El Ganso



Hoje foi mais um dia de muito frio pels manhã e muito calor e sol a tarde, andei cerca de 30 km outro dia bastante pesado de caminhada.  Logo na saída de Hospital de Orbigos tinga 2 caminhos, um pela carreterra e outro mais bonito por dentro . Não vi direito a sinalização quando escutei um grito chamando meu nome,  era Carlos,  um galego que ja fez o caminho varias vezes,  ele me chamando para ir pelo Caminho mais bonito e ainda bem que isso aconteceu,  realmente passei por trechos incrivelmente bonitos. 

Passamos por Santibanez de Valdigledias e San Justo de la Vega. Ao me aproximar de Astorga passamos em um local onde havia um senhor cantando e tocando violão para os peregrinos que passavam, um momento muito marcante do caminho. Astorga é uma cidade grande, estava tendo uma grande feira no centro, paramos um pouco na catedral e depois fomos no supermercado pra fazer compras para a janta comunitária. O grupo tinha sete pessoas,  eu, 2 italianas,  um checo, um koreano, um espanhol e uma russa.  Depois de compradas as coisas da janta em Astorga ainda faltavam 13 km, então dividimos o peso. A turma comeu bocadillo mas como estava com fome e a janta iria ser barata resolvi comer um menu. A galera foi na frente e fui almoçar.  Como perdi muito tempo em Astorga e minha perna passou a doer muito,  fui bem devagar e acabei chegando apenas às 16:40 em El Ganso, lavei as roupas na maquina dividindo com o espanhol Carlos. 

A noite tivemos um jantar comunitário muito legal com pessoas de nacionalidades diversas,  essa integração é muito legal, temos a oportunidade de conhecer e conversar com pessoas de diferentes nacionalidades.  De noite, pouco ronco e uma noite tranquila de sono, graças a Deus.





terça-feira, 13 de maio de 2014

Dia 21 - Leon a Hospital de Orbigos



Hoje foi um dia muito difícil pois andei 33km e os últimos 10 foram com uma intensa dor na perna esquerda. Leon é uma cidade enorme portanto demoramos bastante para sair totalmente da cidade.Sai as 06:20 da manhã ainda no escuro pois sabia que o dia seria bastante longo.  O percurso é praticamente todo feito do lado da carreterra, ouvimos o barulho dos pássaros junto com o dos carros.Parei em San Miguel del Camino para tomar café e encontrei uma senhora da paraiba que estava fazendo o caminho com seu marido,  um alemão. Dei prosseguimento a minha caminhada sentindo um leve desconforto na perna esquerda,  como se fosse uma dor muscular. Quando cheguei em Villadangos del Paramo poderia ter ficsdo ali mas como tinha ouvido falar que Hospital de Orbigos era muito interessante resolvi dormir lá,  então encarei mais 11 km. Aproveitei muito pouco esses 11km finais pois a dor aumentou bastante e me incomodou muito.A cidade de Hospital de Orbigos realmente é muito agradável e bonita, atravessei a ponte do passo honrodo, tem uma história sobre ela e fui ao albergue paroquial. Botei gelo na perna e fui almoçar,  já bem tarde pois cheguei 15:20 apenas. Comi neu bocadillo e ao voltar pro albergue encontrei s turma toda, eles iriam cozinhar psra todo o grupo.  Tivemos ums otima janta comunitária com italianos checos espanhóis e o koreano. Quem fez a comida foi uma italiana que pediu desculpas a todos dizendo que os ingredientes não eram os mesmos da Itália por isso a comida nso ficaria tão gostosa quanto se els fizesse lá.  Após a janta encontrei 4 brasileiros que estão fazendo o caminho de bicicleta. Passamos um bom tempo conversando,  quando olhei pro relógio js eram 22 horas, fui dormir



segunda-feira, 12 de maio de 2014

Dia 20 - Villarente a Leon (13km)







Hoje a caminhada foi apenas um passeio, apenas 13 km até Leon, não quis andar mais para poder conhecer essa bela cidade espanhola.Sai um pouco mais tarde e iniciei caminhando com o grupo do tcheco, dois espanhóis e duas italianas,  fomos conversando e rapidamente chegamos em Leon, 11 da manhã já estava lá. 

A entrada de Leon é muito mais agradável do que a de Burgos que é outra cidade grande. Apesar de passarmos pela periferia e pelas indústrias,  passamos um pouco longe, dá pra avistar como andamos em uma trilha um pouco afastada temos uma boa vista do outro lado. O trecho foi quase todo plano exceto em uma subida próximo a Leon. 

Ao chegarmos em Leon fomos dar uma volta na cidade para conhecer a majestosa catedral o prédio de Gaudi onde funciona um banco hoje. Era domingo e estava tendo uma corrida de rua. Depois disso fomos almoçar em um restaurante do lado da catedral. 

Após o almoço me despedi de todo o grupo pois iriam caminhar até a próxima cidade e eu preferi ficar em Leon. Fui então para o albergue ajeitar minhas coisas e tentar falar com minha família em Fortaleza. Como estava um sol muito forte fiquei um bom tempo no albergue,  que era das freiras beneditinas. Depois de conversar com a Tricia, dei uma volta pelo centro e encontrei um grande grupo com uns 15 peregrinos e fomos jantar em um restaurante famoso chamado Kebab. Dessa vez não comi o menu do peregrino (estou cansado de comer batata frita, e sempre vem como acompanhamento no menu..), ao invés do menu pedi um prato enorme que vinha até arroz, só não vinha a bebida incluída, por isso saiu um pouco mais caro que o menu, quase mesma coisa.

Após o jantar o grupo saiu e eu fiquei ainda alguns minutos assistindo o jogo do Atletick de Madrid com o Málaga no telão do restaurante. Cheguei no albergue por volta de 9 da noite e as 21:30 todos os peregrinos foram para a igreja para receber a bênção do peregrino que é feito todos os dias pelas freiras beneditinas. Fui me deitar depois das dez, pra mais uma noite sem dormir (um barulho altíssimo de ronco).









domingo, 11 de maio de 2014

Dia 19 - El Burgo Ranero para Puente Villarente





Acordei cedo e fui comer umas frutas que tinha comprado no dia anterior. O caminho foi inicialmente bem tranquilo passando por muitas árvores simetricamente dispostas do lado esquerdo da estrada.  É uma região bem bonita. Passei um bom tempo andando até encontrar o primeiro pueblo que é Reliegos. 

Parei em um restaurante e fiquei conversando com um grupo de amigos, três espanhóis um koreano, 2 italianas e um checo. Depois caminhei até o pueblo de Mansilla de las Mulas.Pensei em parar mais resolvemos andar mais até Villarente, que fica apenas 13 km de Leon, assim o dia seguinte seria extremamente fácil e eu poderia conhecer melhor a cidade de Leon. Quase não achava lugar para comer nesse lugarejo mais o albergue era razoável. Comi junto com uns peregrinos e fui dormir cedo pois a noite anterior não tinha conseguido dormir pois tinha um roncador que parecia uma serra elétrica no último volume. Ainda bem nessa noite pude ter um sono perfeito.