quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Belém do Pará

Sim! Carnaval em Belém do Pará!


Chegamos na sexta-feira bem cedinho, após um vôo com pouca turbulência que me deixou apavorada sem razão. T e J dormiram a viagem toda, por isso, foi tranquilo. O Pão de queijo que comemos no “As Mulatas” completou nosso café da manhã, junto com um suco de laranja e cenoura que encontrei numa franquia no aeroporto.

Depois de vistoriar o aeroporto com a T devidamente sentada nas malas se achando o máximo, seguimos para o hotel.

Eu já cheguei morta! Com 13kg nas costelas, pra cima e pra baixo, queria o que? Arriéras. Depois dizem que mãe é padecer no paraíso. A gente padece é aqui mesmo. É se doando 24hs, sem parar. (mas é tão bão!). Próximo passo: banho de piscina, gelada, almoço a la carte (aliás, comida em belém tá pela hora da morte) e passeio na Estação das Docas. Com tanto cansaço, o sorvete de açaí perdeu a graça.



Segundo dia: é hora de ir pro parque “Mangal das Garças”. CH queria conhecer o mundo todo num só dia, como sempre, mas não dava. Dica inteligente: reserve um dia inteiro e fique por lá curtindo os bichos, a natureza. É só o filé. Tinha borboletário, T só faltou ficar doida. Tinha um farol com uma vista linda, mas super perigoso (criança lá em cima, nem pensar!), revesamos. Tinha um monte de pássaros e aves da amazônia, menina aquilo é uma loucura! Almoço no restô “Manjar das Garças”, como sempre os olhos da cara, mas com uma variedade enorme de pratos (menos feijão, fica aqui meu protesto: pq paraense não come feijão?) exóticos, e onde eu finalmente degustei o tão esperado pato no tucupi. Impressão? Delicioso, com gostinho de natal. Acho que foi o tempero. O que eu mais gostei? O Pirarucu com molho de castanha do pará. JH tb, comeu um monte, só faltou estourar o bucho.

Enquanto saboreavamos as iguarias paraenses caia um toró que eu nunca tinha visto na minha vida. Exagero nada. Mesmo assim, pra provar que cearense não tem medo de chuva, passamos no Polo Joalheiro, Museu de São José Liberto. Vi gemas maravilhosas, vi gente fazendo jóia, provei sorvete de cupuaçú, e JH vomitou no meio do salão de folclore. Ô vergonha. (Aliás, eu já andava com lenço e papel na bolsa.)Piscina antes de se amufinhar. Tinha comido tanto pato, peixe, carne que nem jantamos.



Terceiro dia: Praça Batista Campos, isso sim é uma praça! Fiquei babando com tanto verde, espaço pra pedalinho, bicicleta, os belenenses são felizes e não sabem (será que não?)



Depois da praça mais linda, Citytour, claaro. A jumenta aqui só esqueceu um detalhe: domingo nada funciona, ainda mais domingo de carnaval. Putaqui... Centro histórico maravilhoso, mas com tudo fechado (ninguém merece... quem foi que mandou dar uma de turista enquanto todo mundo tá pulando carnaval?). Passeamos por fora de todos os pontos: forte, museus, teatro... vou ter que ir de novo a Belém.

Experimentei a tal da maniçoba no Spazzio Verdi, aliás, era tanta opção eu nem conseguia escolher, hoho. Num vou mentir que prefiro feijão mulatim.


Depois de tanto bater beira, fim de tarde na Estação das Docas. Pra combinar um sorvete de açaí da Cairu, a sorveteria mais famosa da cidade, e onde tomei o melhor, mais cremoso, concentrado e roxo sorvete de açaí do mundo.



Dessa vez o tempo estava limpo, benzaDeus, aproveitamos pra ver por do sol no catamarã da Valeverde ao som do autêntico Carimbó dançado por um jovem casal que caprichou no figurino. O show foi espetacular, do inicio ao fim. Um doa melhores momentos da viagem! T dormiu, cansada, JH adorou. Eu fiquei de boca aberta com tanta alegria e beleza. Ô cultura bonita, rica, forte... quem quiser conhecer também o Lundu Marajoara, dança sensual da Ilha de marajó, fiz um video da apresentação. É linda!




Na viagem pra Ilha de Mosqueiro, eu só queria ouvir carimbó. T já tinha decorado as principais rimas, e já saculejava igualzinho uma lagartixa. Essa foi a primeira praia de rio com ondas que vi na vida. Apesar da quebradeira das ondas bem no inicio, o banho mais no fundo ficava uma delicia. Pedimos Caldeirada de Pescada Amarela, que lembra nossa peixada cearense, mas o gosto é totalmente diferente, como tudo por lá.

Conhecemos o centro de Mosqueiro só de passagem, e viemos logo pra Belém. O fim de tarde sem ter nada pra fazer parecia tão estrano quanto ver um casal nativo devorando um prato de açaí com farinha na beira da piscina.



Último dia, fomos finalmente ao Mercado Ver-O-Peso. O cheiro de peixe impregnava tudo, os gritos, as comidas, as frutas da região. Fiz amizade com uma feirante que me deixou comer bacuri fresco, pupunha, castanha-do-pará. Era tanta comida e tanta coisa pra ver eu so conseguia admirar tanta beleza. Aquela gente simples, os perfumes, lambedores, garrafadas, ervas da amazônia, pimenta de cheiro, polpa de fruta, cestos trançados, cerâmicas, colares de contas coloridas, chinelos, redes... trouxe um prato pra minha coleção. Mas a vontade que eu tinha era de sentar no chão e conversar o dia inteiro com aquelas mulheres de cara sofrida, senhoras, perguntar onde tinha parteiras como tratar dos meus filhos como elas faziam. Sabedoria sem preço.

Belém é uma cidade muito bonita, apesar da pobreza comum a todas as grandes cidades do país. O mesmo povo que ama comer açaí com farinha no almoço, dança rebolando os quadris na beira do rio. As construções são maravilhosas, as praças bem estruturadas, limpas, movimentadas. Existem feiras pra todos os gostos, e preços. A cidade ferve ao som do carimbó. Sentirei saudades dos fins de tarde na Estação das Docas...

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